Fauna
Para o caso de mamíferos, nota-se na bacia do Rio Doce uma redução significativa na
diversidade de primatas. O Parque Estadual do Rio Doce é fundamental para a persistência
regional das espécies de mamíferos da bacia. Existe relato confirmado de ocorrência de
pelo menos uma espécie de primata exótico no PERD, o mico-estrela (Callithrix
penicilatta), que está hibridizando com a espécie nativa (C. geofroyi), indicando a perda de
diversidade genética.
Botânica
Os estudos indicaram que as grandes áreas de floresta são insubstituíveis como estoques de
diversidade vegetal na bacia do rio Doce pois abarcam a maior riqueza regional. As
comunidades arbóreas dentro do grande remanescente mostraram-se floristicamente
heterogêneas, ou seja, possuindo diferentes conjuntos de espécies. As comunidades dos
fragmentos florestais menores também resguardam uma significativa riqueza e tem
substantiva contribuição para a diversidade regional do vale do rio Doce. As florestas
remanescentes maiores têm condições de persistência a longo prazo. Os fragmentos
menores não foram avaliados. A ameaça de espécies exóticas de plantas ocorre junto às
estradas, através de gramíneas facilitadoras de fogo e nas áreas úmidas (lagoas). Estudos
comparativos indicaram que a presença de espécies exóticas (Eucalyptus spp) altera a
dinâmica de ciclagem de nutrientes, atrasando a decomposição da serapilheira e afetando a
diversidade de organismos do solo.
Diversidade aquática
A idéia inicial de que a biodiversidade da comunidade zooplanctônica das lagoas do
interior da unidade de conservação seria maior do que a das lagoas do entorno, submetidas
a diferentes tipos de impactos, não foi confirmada. Apesar dos impactos, para alguns
grupos, a biodiversidade mostrou-se mais elevada nas lagoas externas à unidade de
conservação.
A presença de espécies exóticas de peixe se mostrou como um impacto importante por
alterar a cadeia alimentar e interferir na estrutura das comunidades planctônicas. Aspectos
desta interação ainda precisam ser melhor investigados.
